Na fotografia analógica, só o que nos põe em "compasso de espera" é a recarga do flash: após ele disparar somos obrigados a aguardar alguns segundos antes de bater a próxima foto. Na fotografia digital as coisas não são tão simples e neste aspecto as velhas máquinas deixam saudades. A partir do momento que você pressiona o obturador até a foto ser salva no cartão ou na memória interna da câmera, entram em cena processamentos que impõem novos intervalos de tempos e constituem o maior inconveniente da “quase” perfeita era digital.
Processamentos mais velozes levam à melhor performance... e aumentam o preço das câmeras. Mas nem as top de linha estão totalmente livres desse inconveniente. Conheça abaixo três importantes intervalos e entenda como eles poderão interferir no uso e nos resultados obtidos com as digitais.
Tempos como um segundo ou meio segundo podem parecer ínfimos, mas fazem toda a diferença e costumam ser o suficiente para recordistas olímpicos percorrerem 10 metros, dos 100 das provas de metros rasos que eles completam em torno de 10 segundos.
Nem precisa ir tão longe: de olho no relógio, mova rapidamente os dedos e terá uma idéia do número de fotos necessárias para registrar cada um dos seus movimentos, realizados num único segundo. Mesmo que você não se dedique a assuntos de ação, sabe que é por uma questão de instantes que a pessoa retratada vira o rosto ou pisca... e se perde uma bela pose.
De qualquer forma, para não confundir nossos leitores com frações ou décimos de segundos difíceis de mensurar (como 1/9 ou 2,7 segundos), sempre que possível preferimos ser menos minuciosos mas garantir que todos tenham uma mesma compreensão do que se está falando. Para isso, usamos expressões comparativas ou arredondamos as frações para tempos mais presentes no cotidiano, como 1,5 segundo, 1 segundo ou mesmo meio segundo, esse pequeno espaço de tempo que, como você já pode imaginar, significa muito para as câmeras fotográficas.
Trata-se da distância de tempo entre o momento que a câmera é ligada até ela sinalizar que está preparada para tirar a primeira foto. Quanto menor este intervalo, maiores suas chances de registrar as surpresas do dia-a-dia.
São os segundos ou frações de segundos que a câmera leva para tirar a próxima foto, com ou sem acionar o flash. Esse intervalo varia bastante inclusive entre máquinas de mesma faixa de preço. Usuários que planejam frequentar muitas festas à noite ou em ambientes fechados com suas novas digitais, deverão procurar as que apresentam curtos intervalos entre as fotos com flash (rápida reciclagem do flash). Já se o interesse está nas quadras esportivas, deverão ficar de olho na performance das câmeras em fotos diurnas e em seus modos sequenciais, que é para não perderem nenhum lance quando saírem a campo.
É o intervalo entre o clique e a cena registrada, um dos mais temidos descompassos da fotografia digital. Também conhecido como "shutter lag", sua tradução em inglês, este atraso frustra o fotógrafo quando, por exemplo, ele enquadra o ponto mais alto da montanha russa, aguarda atento para dar o clique bem no momento que o carrinho com seus amigos começa a desabar mas, para decepção geral, a foto só mostra os trilhos: o carinho já tinha passado quando a câmera concluiu o registro.
Para você não perder nenhuma boa foto, procure uma câmera digital com o menor atraso do obturador que seu bolso seja capaz de patrocinar. E aproveite a técnica do meio-disparo: ela vai ajudar você a reduzir bastante este problema.